Admitir o erro: fraqueza ou força?
Você é do tipo que admite os próprios erros? Ou prefere dizer que “se enganou”, como se isso atenuasse a responsabilidade? A verdade é que, para muitos, reconhecer que errou ainda é visto como sinal de fraqueza — uma exposição que pode comprometer sua imagem diante dos outros. Contudo, essa visão é um equívoco perigoso, especialmente no ambiente organizacional.
Refletir sobre nossas atitudes e reconhecer quando fomos injustos, excessivos ou desrespeitosos com alguém é uma das marcas mais evidentes de maturidade emocional. Não se trata de se humilhar, mas de demonstrar humanidade e disposição para evoluir.
O erro não reconhecido: o caminho da desconfiança
Há algo mais preocupante do que errar: é não admitir o erro. Isso se torna ainda mais grave quando parte de alguém que ocupa um cargo de liderança. Líderes são constantemente observados pelos seus liderados, e quando cometem erros e não os reconhecem, geram desconfiança — e não respeito, como muitos pensam.
A negação do erro, especialmente quando evidente, revela arrogância. E, aos poucos, afasta as pessoas ao redor. Quando ninguém mais se sente confortável para alertar um líder sobre seus equívocos, é sinal de que a relação foi minada pelo medo, pela intransigência ou pela falta de diálogo. Pior: pode indicar que as pessoas simplesmente desistiram de tentar contribuir.
Quando o silêncio diz tudo
Uma equipe que já não aponta mais os erros de seu líder está prestes a romper. São pessoas que perderam a esperança de que o diálogo ou a crítica construtiva possam gerar transformação. Esse silêncio não é paz — é desistência.
E essa é, talvez, a pior das situações: quando deixamos de ser corrigidos porque, para os outros, já não vale a pena investir em nossa melhora. Esse distanciamento silencioso é um alerta de que algo precisa mudar — e rápido.
Errar faz parte. Persistir no erro é escolha.
Aceitar que erramos é o primeiro passo para acertar. Não há excelência sem falha. Ninguém se torna bom no que faz sem ter passado pelos tropeços inevitáveis do aprendizado.
Reconhecer o erro não diminui ninguém. Pelo contrário: torna-nos mais humanos, mais acessíveis e mais fortes diante dos desafios. Liderar, conviver e evoluir exigem coragem. E uma das maiores demonstrações de coragem é saber dizer: "Eu errei."
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