Ética, valores e consequências: nem sempre é bom tratar os outros como a si mesmo
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Opinião

Ética, valores e consequências: nem sempre é bom tratar os outros como a si mesmo

Por Redação via Assessoria em 30/09/2025 - 10:10

O princípio cotidiano e seus limites

Existe um conhecido princípio, muitas vezes associado à filosofia cotidiana: “faça aos outros aquilo que gostaria que fizessem a você”. Em um primeiro olhar, essa máxima parece suficiente para orientar nossas atitudes. No entanto, ela guarda um problema. Se alguém possui expectativas muito baixas sobre si mesmo, tende a projetar essa mesma medida sobre os outros. Quem é maltratado, por exemplo, pode acreditar que o tratamento ruim é a regra e, por isso, reproduzi-lo.

Valores além da vontade individual

É justamente aqui que surge uma reflexão essencial: não devemos pautar nossas condutas apenas em vontades ou expectativas pessoais. Nem sempre somos a melhor medida do comportamento adequado. O que acreditamos ser correto, justo ou apropriado pode não corresponder ao que de fato deve ser praticado.

A insuficiência do “eu como referência”

Nossa visão de certo ou errado é muitas vezes limitada. Aquilo que julgamos justo pode não representar a verdadeira justiça. A ética, portanto, exige mais do que usar a si mesmo como referência — exige reflexão crítica, questionamento dos próprios valores e consciência das consequências de nossos atos.

A ética como reflexão sobre consequências

Antes de agir, precisamos pensar: para onde queremos ir com o que fazemos? Esse é o ponto em que a ética se mostra indispensável. Ela nos convida a refletir sobre a responsabilidade das nossas atitudes e sobre os impactos que geram em outras pessoas.

Respeito como princípio elevado

Se os seres humanos assumissem maior responsabilidade diante das consequências de seus atos, fundamentados em valores mais elevados, atitudes de desrespeito, preconceito ou rejeição seriam menos frequentes. Respeitar a condição do outro significa reconhecer que ela não nos pertence, não cabe a nós julgá-la ou desvalorizá-la.

A ética, portanto, não se resume ao “faça ao outro o que gostaria que fizessem a você”. Ela nos desafia a agir com consciência, responsabilidade e respeito — valores que ultrapassam nossas preferências individuais e se abrem para a dignidade do outro.

 

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