Medíocre como modelo e míope como visionário
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Medíocre como modelo e míope como visionário

Por Gilson Aguiar em 02/08/2021 - 08:22

Vivemos tempos em que os ignorantes se sentem no direito a má educação. O respeito deu lugar ao desprezo e agressão. A trava na língua das ofensas, não funciona mais, foi desligada pelo excessivos. Uma mudança perceptível. Repare, perceba o quanto o respeito a diferença se perde.

As agressões estão legitimadas e os agressores destilam. As pessoas se sentem no direito de invadir a vida alheia e agredir. Falam o que vem a cabeça e não pensam no que estão falando. Se lhes cabe o direito de invadir a vida alheia. A carência de sentido e interesse em nossas vidas nos faz ficar atentos a vida dos outros.

A limitação que grande parte dos seres humanos tem de compreensão da complexidade de sua própria vida. O “reino do nada” tem que se preocupar com alguma coisa. Alguns, em seu mundo limitado necessitam da vida alheia como debate para distrair uma vida monótona e gerar um sentimento de utilidade e relevância.

Estes tempos que estamos vivendo, ultrapassou o limite do esperado e tolerável para avançar com intolerância e imposição. Potencializou as pessoas que antes tinham ciência de sua inabilidade para analisar a complexidade. Deu falsa notoriedade aos limitados e acabou com os limites do bom-senso.

Mas como isso aconteceu?

A tábua-rasa é coisa comum. Em um país limitado na formação de seus membros com a racionalidade necessária, a expressão da miséria humana não se dá só na desigualdade econômica, no empobrecimento da população. Está principalmente na compreensão da realidade de maneira pobre.

Aqui, não se empobrece o ser humano pela limitada condição de vida material. O que se tem como principal problema, é o empobrecimento mental. A formação brasileira gerou um grupo de seres intermediários que se coloca na condição fundamental do controle da vida coletiva das populações mais pobres. Distribui migalhas como fonte de recursos e estabelece uma visão precária da vida.

Entre os pequenos empresários há uma parcela embriagada por sua história que considera referência universal. Alguns, também, herdeiros dos governos autoritários que fizeram a fortuna de seus pais, acreditam que foi este ambiente que deve ser reinstalado como a garantia de prosperidade futura.

Pobres criaturas, vão descobrir de uma maneira amarga, dolorosa e monetariamente cruel, que estavam errados. Foi exatamente a liberdade, as oportunidades de um mercado diversificado e as políticas econômicas de investimento social que geraram o favorecimento para suas empresas, fazendo que elas prosperassem.

Se o que defende em praça pública acontecer, vão “cava a própria cova” e não terão muitos para chorarem em seu enterro. Possivelmente, nem os próprios filhos. O que não se pode conter é o movimento das mudanças. E quando se tenta represá-lo, ele ganha mais força. E, se corre o risco, de acontecer de forma violenta pelo tempo que foi contido.

 

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