Corrupção é autoritarismo histórico
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Corrupção é autoritarismo histórico

Por Gilson Aguiar em 21/06/2021 - 08:43

O país cai no ranking de corrupção latino-americano de segundo para sexto lugar. Os principais problemas apontados no país é a ingerência do poder governamental sobre aparatos de segurança e a relação entre o poder executivo e legislativo.

A confiança nas instituições política representativas também tem uma queda vertiginosa, em uma avaliação de 0 a 10, elas receberam 4,16. Outro ponto mal avaliado no país é a legalidade das medidas, com nota 5,15. A sociedade civil e mídia foi a mais bem avaliada com 6,34.

O Uruguai é o melhor país avaliado na América Latina, com pontuação média de 7,8. A nossa pontuação é de 5,07. Os venezuelanos estão em último lugar com 1,4. E não podemos esquecer que “foi para as cucuias” a retórica do combate a corrupção que dominou o país há 3 anos atrás.

Corrupção neste país é histórica. Não se acredita nas relações práticas no poder de punição dos que tem proximidade com o poder. A conversa infantil da vocação política no Brasil como um instrumento de melhora da condição da vida da população carente ou excluída é uma farsa. Parte considerável dos que se lançam na vida pública querem se fazer na política. Ela é um bom negócio.

Qualquer medida que venha a mudar as regras do jogo é combatida violentamente. Manter-se no poder no Brasil é a associação obrigatória as concessões de interesses aos que tem controle sobre aprovações de recursos em troca de favores, repasses e cargos públicos.

A formação do Estado Brasileiro também explica muito da construção das relações corruptas. A legalidade é instituída sempre com interesses que orientam o poder para atender aos mais próximos e os que constituíram as bases de comando econômico. O sucesso dos empreendimentos no Brasil tem uma relação com as benesses do poder.

O Brasil é um país autoritário em sua formação e a autoridade imposta utiliza da corrupção como instrumento de sustentação e decisão. Está na nossa formação. Contudo, não como uma condenação, mas prática constante. A força do hábito nos condena. O sucesso da prática a estimula. A impunidade lhe dá segurança.

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