A política do falso cristão
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A política do falso cristão

Por Gilson Aguiar em 18/05/2023 - 08:00

Alegar ser perseguido é clamar inocência

Todos reclamam inocência. Em um país cristão, onde a lógica da luta entre o bem e o mal é tida como uma guerra constante, os que sofrem punições, com culpa ou não, alegam ter um pouco o papel do Cristo, estão sendo perseguidos.

Em vários momentos da história esta prática se deu, no Brasil é uma constante na política. Getúlio Vargas, do ditador populista, quando ascendeu ao poder na década de 1950 e deixou a Carta Testamento antes de se suicidar, alegava sobre as “aves de rapina” que queriam seu sangue.

Assim, a sequência de alegações dos que lutam pelo povo, das pessoas de bem, dos que defendem a moral e os “bons-costumes” que são perseguidos se acumula. Faz parte de nossa cultura e, pelo jeito, pega bem diante do eleitor.

Independente do lado, o “falso cristo” é papel comum

O atual presidente já alegou inúmeras vezes, quando sofreu processos, foi atacado, acusado e preso, seu quinhão de injustiçado. Ele, como muitos antes e alguns depois, justificaram os atos de punição como perseguição.

Não pode se negar que existam os perseguidos, mais injustamente são poucos. Logo, pode haver muita injustiça neste mundo, injustiçados são poucos e arrisco a dizer, nenhum.

Na luta pelo poder se quer princípios e valores. Conduta reta e ilibada deveria ser característica do caminho traçado pelo representante público ao poder. Porém, esta prática pode não levar a lugar algum, onde a regra é saber jogar sem obedecer a regras.

Quando entendermos o poder da maneira que ele é construído e da forma que ele se sustenta os que ascendem na representação pública, vamos perceber que ser “caçado” ou se “caçador” faz parte do jogo.

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