O verdadeiro influenciador não tem seguidores
CBN Cascavel

Opinião

O verdadeiro influenciador não tem seguidores

Por Gilson Aguiar em 02/05/2024 - 08:00

Ele tem admiradores e reconhecimento.

Os verdadeiros influenciadores não são tão populares assim.

Falamos de pessoas influentes, destas que nos chamam a atenção, que nos trazem bons valores. Pessoas que são referência na condução de uma atitude. Aquela pessoa que sempre nos lembramos dela quando estamos diante da necessidade de tomar uma atitude. Se devo fazer de algum jeito, o “melhor jeito” é como aquela ou aquele faz.

Estas pessoas são importantes, elas são o fortalecimento de um ambiente de trabalho. Exercem uma espécie de liderança velada, silenciosa, que é praticada no cotidiano de uma empresa. Nos processos de todo o dia em que a pessoa que é referência age como um condutor do ritmo a ser dado.

Só quero esclarecer aqui que não estou falando dos influencers, aqueles que infectam as redes sociais e que ditam hábitos de venda e são os queridinhos do marketing. Eles não têm compromisso com nada de mais complexo que não seja fazer com que as pessoas comprem produtos e serviços. São, como se dizem no marketing, ideia vírus.

Um ser humano de carne e osso.

A pessoa que me refiro é um ser qualitativo, de relacionamento direto, um ser humano que existe em nossa vida real e não digital. Não é uma aparência produzida para ser estética e sim uma pessoa gerada pela condição concreta da vida humana.

Um ser humano que merece respeito, merece valor, mas, esta pessoa nem sempre deve ser colocada em um cargo de liderança, promovida a ter o comando formal. A simples nomeação para uma função de poder pode estragar toda a relação que a pessoa constitui ao longo do tempo.

A eficiência da conduta que sempre colaborou para que tudo ocorresse da melhor forma pode se desfazer quando se mistura a referência da conduta com a imposição do comando. E eles não são a mesma coisa.

Infelizmente vivemos tempos de ignorarmos a realidade.

Exatamente por causa deste mundo digital estas pessoas estão deixando de ser valorizadas, mas continuam existindo. Se queremos deixar a vida mais humana, precisamos reconhecer a importância deste ser humano.

No passado este ser foi a mãe e o pai, o tio amigo, a avó com sua fala certeira e comportamento reto. Já foi o irmão mais velho, o bom amigo, uma pessoa que trabalhava conosco.

Diante do mundo criado de seres esteticamente perfeitos no digital, estamos idolatrando fantasias construídas que são enganos adocicados que acabam nos matando com aparência de pura satisfação. Como aqueles doces de aparência maravilhosa na vitrine da panificadora que o próprio nome já denuncia o risco, “uma bomba”.

Por isso, o “feijão com arroz” das relações sempre foi o mais saudável.

Player Ouça O comentário

Notícias da mesma editoria