Um gesto simples, um valor profundo
Você estende a mão, e alguém retribui com um aperto firme. Parece algo banal, mas por trás dessa ação cotidiana está um valor profundo: a confiança e o respeito mútuo. Cumprimentar alguém com um aperto de mão é mais do que uma formalidade — é um símbolo cultural, um código não verbal que expressa educação, gentileza e a disposição para estabelecer uma conexão respeitosa, mesmo no primeiro encontro.
O simples ato de estender a mão revela a expectativa de reciprocidade. Você faz um movimento baseado na confiança de que o outro corresponderá, de que a ação será compreendida e acolhida. Trata-se de uma dinâmica social carregada de significado.
A linguagem invisível da cultura
Esse gesto, como tantos outros que repetimos no dia a dia, tem um significado cultural. É uma construção simbólica que revela valores internalizados e compartilhados por um grupo. Através dele, comunicamos muito sem dizer uma única palavra.
Muitos desses gestos e práticas tornam-se tão comuns que os naturalizamos — deixamos de percebê-los como cultura. Achamos que são universais, que "todo mundo faz assim". No entanto, o que é natural para nós pode ser estranho ou ter outro significado em outra cultura. O cumprimento com aperto de mão, por exemplo, não é uma prática valorizada ou sequer presente em diversas partes do mundo.
O que isso nos ensina sobre cultura organizacional?
Nas empresas, ocorre algo semelhante. A cultura organizacional se forma desde os primeiros passos do empreendimento. Ela nasce com os fundadores, cresce com os colaboradores e se transforma com o tempo. Certas práticas, conceitos e valores vão se consolidando como parte do DNA cultural da organização.
Esse DNA é composto tanto por elementos estáveis, como princípios e crenças estruturantes, quanto por aspectos mais flexíveis, que mudam com a evolução do mercado e das relações internas.
Cultura e inovação: é preciso alinhar
Empresas que desejam inovar precisam estar atentas à sua própria cultura. Se ela não estiver alinhada à inovação, qualquer tentativa de mudança será superficial ou rapidamente rejeitada. Inovar é também transformar valores, linguagens, símbolos e comportamentos cotidianos.
Às vezes, tudo começa com algo simples — como um gesto, um ritual, um hábito. Mas ao longo do tempo, essas ações ganham significados mais complexos, moldam os vínculos entre as pessoas e naturalizam comportamentos, tanto positivos quanto negativos.
Cuide da cultura que você cultiva
A cultura é como um jardim: precisa ser observada, cuidada e renovada. Isso vale para empresas, comunidades e indivíduos. Muitas vezes, os maiores desafios nas organizações não estão nas estratégias ou nos números, mas naquilo que está enraizado e invisível — na cultura que se cultiva, consciente ou inconscientemente.
Respeite a cultura. Cuide dela. Transforme-a com responsabilidade.
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