A ilusão da verdade digital

Vivemos em um tempo em que a internet se tornou, para muitos, a principal fonte de informação — e desinformação. Redes sociais, blogs, vídeos e postagens diversas formam um turbilhão de conteúdos que consomimos diariamente. Mas será que tudo o que vemos por aí merece crédito?

A resposta pode ser incômoda: cerca de 70% do que é compartilhado nas redes sociais não tem base, não tem fundamento. Ainda assim, muitos de nós continuamos acreditando cegamente nessas informações. Isso acontece não porque elas são verdadeiras, mas porque já queremos acreditar nelas.

É como se voltássemos a acreditar em mitos infantis, como o Papai Noel ou o Coelhinho da Páscoa — só que, agora, os mitos são travestidos de notícias, opiniões e “fatos” virais.

A cumplicidade na mentira

A mentira nas redes sociais não é apenas uma falha de quem publica. Há um pacto silencioso e antiético entre quem distorce a realidade e quem escolhe acreditar nela. Ao consumir e compartilhar conteúdo falso, nos tornamos cúmplices de uma distorção proposital da realidade.

Essa colaboração passiva — e às vezes ativa — em espalhar inverdades representa um desafio ético sério. Ainda mais quando essas mentiras envolvem terceiros, podendo ofender, agredir ou até desonrar outras pessoas.

Por que falar de alguém que não conhecemos? E mesmo que conheçamos, por que acreditar cegamente no que estão dizendo sobre essa pessoa?

A busca pela razão em tempos irracionais

Hoje, parece que muitas pessoas querem ter razão a qualquer custo — talvez exatamente porque falta razão em grande parte dos discursos. A racionalidade tem sido deixada de lado em favor de conclusões rápidas, julgamentos apressados e narrativas enviesadas.

A realidade é complexa, e compreendê-la exige mais do que leitura superficial. Exige atenção, ponderação, espírito crítico.

Como escapar da armadilha da desinformação

Diante da enxurrada de dados e conteúdos digitais, nossa responsabilidade como cidadãos informados é clara: verificar, comparar, refletir. Isso inclui buscar fontes confiáveis, fazer pesquisas e desconfiar do que parece “bom demais para ser verdade”.

Sim, isso dá trabalho. E, justamente por isso, a mentira se espalha com tanta facilidade — porque pensar dá trabalho, e pouca gente quer fazer esse esforço.

Mas se quisermos viver em uma sociedade mais ética, justa e informada, a busca pela verdade precisa ser uma escolha consciente e diária.

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@GilsonCostaAguiar
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Até a próxima!